terça-feira, 31 de maio de 2011

Contag entrega pauta do GTB à presidenta Dilma Rousseff

 A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (CONTAG) é a maior entidade camponesa da América Latina. Representamos 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizados em 27 federações estaduais (FETAGs) e mais de 04 mil sindicatos (STTRs).
Com uma trajetória de lutas construída a partir de sua fundação nos idos 1963, a CONTAG consolidou-se ao longo de sua história como importante vetor de luta pela adoção de políticas públicas que supere a histórica concentração de terras e privilégios do latifúndio, e assegure o acesso das populações do campo e floresta às políticas públicas, fortalecendo o papel do Estado e da sociedade na construção da cidadania.

Com quase 200 itens de reivindicação, a audiência de entrega da pauta foi marcada pelo bom humor da presidenta e pelo seu compromisso com o fortalecimento da agricultura familiar.
Em um clima descontraído, mas nem por isso com menos seriedade, a Contag entregou nesta sexta-feira (1º), à presidenta da república Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, a pauta de reivindicação do 17º Grito da Terra Brasil, que acontece de 16 a 20 de maio. O ato contou com a presença da executiva da Contag e de representantes das 27 federações.
O presidente da Contag, Alberto Broch, apresentou a pauta e disse que há 17 anos o MSTTR apresenta as reivindicações e negocia políticas públicas para o campo brasileiro. O dirigente relatou que durante o governo Lula muitas coisas avançaram, “mas ainda temos pendências, porque o Estado abandonou essa gente por mais de 500 anos”, relacionou.
Para que a presidenta ouvisse imediatamente algumas reivindicações da agricultura familiar, Broch enumerou pontos de pauta que se referem especificamente ao combate a pobreza rural, às questões de gênero e geração de riqueza. Em relação ao Pronaf, o presidente disse que o programa precisa de amplitude, “para que os agricultores possam ter condições de comercialização e geração de renda”, reivindicou.
No tocante a geração de renda, o representante dos trabalhadores (as) rurais foi bem enfático ao dizer que a garantia de renda é fundamental para fixar o agricultor no campo. E ainda nesse assunto cobrou o apoio ao cooperativismo e a agroindústria familiar.
Broch não esqueceu de mencionar pontos de reivindicação referentes aos jovens e à terceira idade, e também reservou espaço para cobrar pontos pertinentes à reforma agrária. “Não é possível que a gente não consiga atualizar os índices de produtividade, nós temos várias propostas para ajudar a solucionar essa questão”, acrescentou ao requerer também melhorias no programa de crédito fundiário.
Código Florestal – Em sua fala o presidente da Contag disse que a entidade é favorável à adequação do Código Florestal, mas que não abre mão que o texto introduza a conceituação da agricultura familiar. Para ele a retirada do termo seria um retrocesso na luta de anos dos milhares de agricultores (as) familiares brasileiros.
Ao receber as reivindicações, Dilma Rousseff colocou o boné da Contag, posou para fotos e disse que não se assusta com a pauta de quase 200 itens. A presidenta agradeceu a presença de todos e a atuação do MSTTR durante a eleição. “Naquele momento conseguimos ter uma posição clara do fortalecimento da agricultura familiar”, disse.

A presidenta disse que a agricultura familiar está no centro do programa de erradicação da pobreza. “Não haverá desenvolvimento se não levarmos políticas públicas para as regiões rurais do Brasil”, salientou. Dilma também fez menção à inclusão produtiva, à geração de renda e políticas sociais como educação do campo.

Gênero - Por fim a presidenta reservou um momento para falar sobre seu compromisso com as mulheres. Disse que seu governo tem uma grande responsabilidade em relação às mulheres e que a questão não vai ser do dia e nem do mês da mulher, mas de um compromisso de governo.
Dilma Rousseff afirmou que estará com as trabalhadoras rurais em agosto na Marcha das Margaridas. A secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, disse que entregar a pauta do Grito da Terra depois de 17 anos a uma mulher tem um sentido muito especial. “Há sinais verdadeiros de mudança nesse país e a questão das mulheres vai avançar”, disse a sindicalista.Carmen socializou um pouco da expectativa em relação a organização da Marcha das Margaridas e falou do desafio de trazer a Brasília 100 mil mulheres.
Por fim, ficou decido que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence e o secretário executivo da Presidência da República, Gilberto Carvalho serão os responsáveis pela organização da negociação da pauta do GTB com o governo. O trabalho vai envolver 15 ministérios.
 
Fonte: Agência Contag de Notícias - Suzana Campos

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