A   Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura   (CONTAG) é a maior entidade camponesa da América Latina. Representamos   20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizados em 27   federações estaduais (FETAGs) e mais de 04 mil sindicatos (STTRs). Com   uma trajetória de lutas construída a partir de sua fundação nos idos   1963, a CONTAG consolidou-se ao longo de sua história como importante   vetor de luta pela adoção de políticas públicas que supere a histórica   concentração de terras e privilégios do latifúndio, e assegure o acesso   das populações do campo e floresta às políticas públicas, fortalecendo o   papel do Estado e da sociedade na construção da cidadania. 
Com   quase 200 itens de reivindicação, a audiência de entrega da pauta foi   marcada pelo bom humor da presidenta e pelo seu compromisso com o   fortalecimento da agricultura familiar.
Em   um clima descontraído, mas nem por isso com menos seriedade, a Contag   entregou nesta sexta-feira (1º), à presidenta da república Dilma   Rousseff, no Palácio do Planalto, a pauta de reivindicação do 17º Grito   da Terra Brasil, que acontece de 16 a 20 de maio. O ato contou com a   presença da executiva da Contag e de representantes das 27 federações.
O   presidente da Contag, Alberto Broch, apresentou a pauta e disse que há   17 anos o MSTTR apresenta as reivindicações e negocia políticas  públicas  para o campo brasileiro. O dirigente relatou que durante o  governo Lula  muitas coisas avançaram, “mas ainda temos pendências,  porque o Estado  abandonou essa gente por mais de 500 anos”, relacionou.
Para   que a presidenta ouvisse imediatamente algumas reivindicações da   agricultura familiar, Broch enumerou pontos de pauta que se referem   especificamente ao combate a pobreza rural, às questões de gênero e   geração de riqueza. Em relação ao Pronaf, o presidente disse que o   programa precisa de amplitude, “para que os agricultores possam ter   condições de comercialização e geração de renda”, reivindicou.
No   tocante a geração de renda, o representante dos trabalhadores (as)   rurais foi bem enfático ao dizer que a garantia de renda é fundamental   para fixar o agricultor no campo. E ainda nesse assunto cobrou o apoio   ao cooperativismo e a agroindústria familiar.
Broch   não esqueceu de mencionar pontos de reivindicação referentes aos  jovens  e à terceira idade, e também reservou espaço para cobrar pontos   pertinentes à reforma agrária. “Não é possível que a gente não consiga   atualizar os índices de produtividade, nós temos várias propostas para   ajudar a solucionar essa questão”, acrescentou ao requerer também   melhorias no programa de crédito fundiário.
Código   Florestal – Em sua fala o presidente da Contag disse que a entidade é   favorável à adequação do Código Florestal, mas que não abre mão que o   texto introduza a conceituação da agricultura familiar. Para ele a   retirada do termo seria um retrocesso na luta de anos dos milhares de   agricultores (as) familiares brasileiros.
Ao   receber as reivindicações, Dilma Rousseff colocou o boné da Contag,   posou para fotos e disse que não se assusta com a pauta de quase 200   itens. A presidenta agradeceu a presença de todos e a atuação do MSTTR   durante a eleição. “Naquele momento conseguimos ter uma posição clara do   fortalecimento da agricultura familiar”, disse.
A presidenta disse que a agricultura familiar está no centro do programa   de erradicação da pobreza. “Não haverá desenvolvimento se não levarmos   políticas públicas para as regiões rurais do Brasil”, salientou. Dilma   também fez menção à inclusão produtiva, à geração de renda e políticas   sociais como educação do campo.
Gênero - Por fim a presidenta reservou um momento para falar sobre seu   compromisso com as mulheres. Disse que seu governo tem uma grande   responsabilidade em relação às mulheres e que a questão não vai ser do   dia e nem do mês da mulher, mas de um compromisso de governo.
Dilma   Rousseff afirmou que estará com as trabalhadoras rurais em agosto na   Marcha das Margaridas. A secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro,   disse que entregar a pauta do Grito da Terra depois de 17 anos a uma   mulher tem um sentido muito especial. “Há sinais verdadeiros de mudança   nesse país e a questão das mulheres vai avançar”, disse a   sindicalista.Carmen socializou um pouco da expectativa em relação a   organização da Marcha das Margaridas e falou do desafio de trazer a   Brasília 100 mil mulheres.
Por   fim, ficou decido que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso   Florence e o secretário executivo da Presidência da República, Gilberto   Carvalho serão os responsáveis pela organização da negociação da pauta   do GTB com o governo. O trabalho vai envolver 15 ministérios.
 
Fonte: Agência Contag de Notícias - Suzana Campos